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Perfil do Acervo

Reinados Portugueses

Dom José V e Dona Maria I

 

       Nosso acervo se trata arquivo privado de impressos históricos referentes ao Império Colonial Português com foco no período  de 1750 a 1816, constituído a partir das atividades acadêmicas, científicas e profissionais do linguista histórico Bruno Fernandes Zenóbio de Lima adquirido ao longo de décadas de buscas no mercado nacional e internacional de livros, obras raras e antiguidades. 

      O acervo em questão é considerado por órgãos públicos de grande relevância relativa período em colonial que abrange os anos de 1750 a 1816, em território nacional,  estando concentrando no período de Dom José V e Maria I.

      Todos os fatos relevantes acontecidos no período que compreende os anos de 1750 a 1816 são temas de diversas tipologias de documentos, como: decretos, alvará, regulamentos, regimentos, cartas, comunicados, editais etc, perfazendo milhares de itens.

      O acervo da Impresso Raro se constitui de documentos originais de época em vias impressas em tipografias com autorização do Estado Colonial Português, periciados por órgãos públicos brasileiros, o que lhe garantem credibilidade e autenticidade do conteúdo das informações neles dispostas, podendo servir de base para pesquisas em geral.  

 

Segue abaixo alguns temas constantes dos nossos documentos: ​

 

Período Pombalino

      O Período Pombalino é o nome dado à fase da história de Portugal (e de suas colônias, como o Brasil) em que o governo foi fortemente influenciado pelo Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo, entre os anos de 1750 a 1777, durante o reinado de Dom José I.

Principais características do Período Pombalino:

     1. Centralização do poder

O Marquês de Pombal implementou reformas autoritárias com o objetivo de fortalecer o Estado e diminuir o poder da nobreza e da Igreja. Ele concentrou muito poder nas mãos do rei e na administração central.

     2. Expulsão dos jesuítas (1759)

Pombal expulsou os jesuítas de Portugal e das colônias, acusando-os de conspiração e de se oporem à autoridade real. Essa medida teve grande impacto na educação, já que os jesuítas eram os principais responsáveis por ela na época.

     3. Reformas econômicas

Incentivo ao desenvolvimento comercial e industrial;

Criação de companhias de comércio (como a Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão);

Estímulo à produção interna e ao fim da dependência do comércio inglês;

Reorganização da exploração colonial, com maior controle sobre a produção e o envio de produtos.

     4. Reformas no Brasil

Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1763);

Reorganização da administração colonial;

Fortalecimento do pacto colonial (sistema que favorecia economicamente a metrópole);

Intensificação da fiscalização sobre a extração de ouro e diamantes.

     5. Reformas educacionais

Substituição do ensino jesuítico por um sistema de ensino laico e estatal;

Criação de escolas públicas e estímulo ao ensino das ciências modernas e da filosofia iluminista.

     6. Reconstrução de Lisboa

Após o terremoto de 1755, que devastou Lisboa, Pombal liderou a reconstrução da cidade com um plano urbanístico inovador, incluindo ruas largas e edifícios resistentes a terremotos.

Fim do período

O Período Pombalino terminou em 1777, com a morte de Dom José I e a ascensão ao trono de Dona Maria I, que era contra as políticas autoritárias de Pombal. Ela o afastou do poder e revogou várias de suas medidas.

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Perseguição aos jesuítas ​

 

    A perseguição aos jesuítas pelo Marquês de Pombal foi uma das ações mais marcantes do seu governo e está inserida no contexto das reformas iluministas e centralizadoras promovidas em Portugal no século XVIII.

    Os jesuítas eram uma ordem religiosa católica muito influente, especialmente na educação e na catequese dos indígenas nas colônias, como o Brasil. Eles tinham autonomia, poder político e econômico, além de defenderem os direitos dos povos indígenas contra a exploração colonial.

    O Marquês de Pombal, influenciado pelo Iluminismo e interessado em fortalecer o Estado absolutista, via os jesuítas como um obstáculo à centralização do poder e à exploração mais eficiente das riquezas coloniais.

 

Motivos da perseguição:

 

     Conflito com interesses coloniais Os jesuítas protegiam os indígenas da escravidão, o que contrariava os interesses dos colonos portugueses e das elites locais.

Eles também controlavam vastas terras e recursos, o que representava uma ameaça à autoridade do Estado.

     Autonomia excessiva

A Companhia de Jesus agia com grande independência em relação ao rei e à Coroa portuguesa, o que era visto como um desafio ao poder real.

     Influência educacional e religiosa

Os jesuítas dominavam o sistema educacional e resistiam à introdução de ideias novas, como o racionalismo e o pensamento iluminista, promovidos por Pombal.

Acusação de conspiração

     Em 1758, houve uma tentativa de assassinato do rei Dom José I. Pombal acusou a Companhia de Jesus de estar envolvida no complô, embora as provas fossem fracas ou inexistentes.

Consequências da perseguição
     1759: A Companhia de Jesus foi expulsa de Portugal e de todas as suas colônias, incluindo o Brasil.

     As escolas jesuíticas foram fechadas e seus bens confiscados.

Muitos padres jesuítas foram presos, deportados ou enviados para Roma.

    O ensino foi reorganizado com base em princípios leigos e iluministas, sob controle do Estado.

No Brasil:
     Os aldeamentos indígenas controlados pelos jesuítas foram tomados pela Coroa.

Houve um aumento da escravização dos indígenas, já que os jesuítas não estavam mais presentes para protegê-los.

A expulsão marcou o fim de um dos principais pilares religiosos e educacionais da colônia.

​​

​Reformas Educacionais do Marquês de Pombal

      As reformas educacionais do Marquês de Pombal foram parte central do seu projeto de modernização e centralização do Estado português, inspiradas pelos ideais do Iluminismo. Ao expulsar os jesuítas em 1759, que controlavam quase toda a educação em Portugal e no Brasil, Pombal teve a oportunidade de implantar um sistema de ensino laico, estatal e racionalista.

Objetivos principais das reformas educacionais de Pombal:

Substituir o ensino religioso por um ensino laico e sob controle do Estado.

Modernizar o conteúdo escolar, inserindo disciplinas mais úteis para a administração, o comércio e as ciências.

Formar cidadãos leais ao Estado, mais racionais e preparados para a vida prática.

Enfraquecer o poder da Igreja, especialmente da Companhia de Jesus, sobre a formação intelectual e moral da população.

 

Principais medidas e reformas implementadas:

1. Criação das "Aulas Régias" (a partir de 1759)

  • Substituíram as escolas jesuíticas.

  • Aulas públicas, oferecidas gratuitamente, financiadas pelo Estado.

  • Professores eram nomeados pela Coroa.

  • Ensinaram disciplinas como gramática, retórica, filosofia, latim, grego, matemática e ciências naturais.

2. Reforma da Universidade de Coimbra (1772)

  • Foi a principal universidade reformada por Pombal.

  • Introdução de disciplinas modernas como física, química, anatomia, botânica, economia, direito natural e político.

  • Currículo reformado com base na ciência moderna e no pensamento racionalista.

  • Criação de laboratórios e gabinetes científicos.

  • A universidade tornou-se um centro de formação de funcionários públicos e intelectuais "iluminados".

3. Laicização do ensino

  • Enfraquecimento da influência da Igreja Católica na educação.

  • O ensino passou a ser administrado por órgãos estatais, e não mais por ordens religiosas.

4. Educação voltada ao interesse do Estado

  • A ideia era formar indivíduos úteis ao desenvolvimento do Estado absolutista e mercantilista.

  • Ensinamentos religiosos foram reduzidos ou excluídos.

  • A educação deixou de ter foco apenas na formação moral-religiosa para incluir a formação técnica, científica e administrativa.

 Impacto no Brasil

  • No Brasil, as reformas foram sentidas com a expulsão dos jesuítas e a tentativa de criar escolas régias nas principais cidades coloniais.

  • O impacto foi limitado por falta de estrutura e pessoal qualificado, mas marcou o início do ensino público estatal no Brasil.

  • As reformas ajudaram a preparar o terreno para o surgimento de uma elite colonial mais racionalista e crítica.

Reinado de Dona Maria I

 

Período:

  • Rainha de Portugal: 1777 a 1816

  • Rainha do Brasil: a partir de 1815, quando o Brasil foi elevado a Reino Unido com Portugal

 Perfil e início do reinado

  • Primeira mulher a governar Portugal com plenos poderes.

  • Era profundamente católica e conservadora, por isso ficou conhecida como "Maria, a Piedosa".

  • Contrária ao autoritarismo e ao racionalismo do Marquês de Pombal (primeiro-ministro do reinado anterior).

 1. Reação contra o Marquês de Pombal

  • Logo após assumir o trono, afastou e puniu o Marquês de Pombal, acusando-o de abusos de poder.

  • Revogou várias de suas reformas mais autoritárias, como a perseguição a nobres e jesuítas.

  • Tentou restaurar a influência da Igreja Católica e a liberdade da nobreza.

 2. Crise econômica e social

  • O país enfrentava dificuldades financeiras, com queda na produção de ouro no Brasil e aumento das dívidas externas.

  • Falta de investimentos e instabilidade administrativa dificultaram o progresso iniciado no reinado anterior.

 3. Doença mental

  • A partir de 1786, após a morte do marido e de seu confessor, Dona Maria começou a apresentar sinais de transtornos mentais.

  • Em 1792, foi considerada incapaz de governar, e seu filho, Dom João (futuro Dom João VI), assumiu como príncipe regente.

 4. Guerras Napoleônicas e vinda da Corte ao Brasil

  • Portugal foi pressionado por Napoleão Bonaparte a romper relações com a Inglaterra, seu aliado histórico.

  • Em 1807, com a invasão iminente de tropas francesas, a família real fugiu para o Brasil com apoio da Marinha britânica.

  • Dona Maria I veio junto, já incapaz, sendo tratada como rainha, mas sem exercer poder.

 5. Elevação do Brasil a Reino Unido (1815)

  • Durante a permanência da Corte no Rio de Janeiro, o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves.

  • Com isso, Dona Maria I tornou-se a primeira Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

⚰️ Morte

  • Faleceu no Rio de Janeiro em 20 de março de 1816, aos 81 anos.

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